Medidas para adaptação e suavização das emissões de gases de efeito estufa pedem esforço em todos os setores: o governo deve atentar para a urgência do problema e a sociedade colaborar, pois há uma necessidade de profunda mudança cultural.
A criação de fóruns estaduais foi um avanço que permitiu aos estados uma maior articulação com as políticas municipais e federais, ainda assim existe uma grande dificuldade histórica na implantação de políticas nacionais relacionadas ao clima.
Os governos precisam entender que o clima é um assunto para ser visto hoje. Em São Paulo se incluiu na agenda governamental a obrigatoriedade de inventários e mapas de vulnerabilidade, com isso se pretende mobilizar a população e os governantes para o tema.
Mas sabemos das dificuldades para o estabelecimento de metas de emissões de gases de efeito estufa, vê-se mais como se fosse uma punição e não como oportunidade de inovação tecnológica.
Outra dificuldade importante em São Paulo e no Brasil é articular as políticas públicas de clima com políticas setoriais como as de transportes e saúde. Um exemplo disso, é a redução dramática do imposto sobre produtos industrializados (IPI) concedida pelo governo brasileiro, por causa da crise financeira.
Com essa redução do IPI teremos uma imensa frota renovada de caminhões. Mas perdemos a oportunidade de articular essa iniciativa com as políticas climáticas, já que essa renovação será feita com uma tecnologia atrasada do ponto de vista do padrão de emissões. O padrão do diesel comercializado no Brasil é muito ruim, comparável apenas a alguns países da África.
Infelizmente a legislação não conseguirá, por si só, implantar as políticas de adaptação e mitigação. "Os dois avanços em políticas ambientais mais importantes que surgiram nos últimos anos foram o indicador de sustentabilidade ambiental da Bovespa e a decisão das redes de supermercados de só comprar carne com rastreabilidade, para evitar os produtos que devastem a Amazônia. Esses dois avanços não envolveram legislação.
Mudança cultural
Segundo o presidente da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Fernando Rei, propor medidas de adaptação e mitigação implica uma mudança cultural que, muitas vezes, é rechaçada pela sociedade.
"Muita gente acha que vai haver alguma revolução tecnológica que nos permitirá manter os atuais níveis de consumo. Há uma grande dificuldade da academia e dos órgãos ambientais para se confrontar com esse tipo de contrapropaganda", disse Rei.
Para Rei, resistência à mudança de hábitos por parte dos cidadãos indica que há uma tendência de transferir as responsabilidades ao poder público. "Embora a Constituição Cidadã já tenha completado 21 anos, seguimos construindo um projeto de nação no qual o cidadão tem muito poucos deveres. A Carta Magna, no entanto, destaca o compromisso da coletividade e do poder público na preservação da qualidade ambiental", declarou.
Trabalho multidisciplinar
Segundo Rei, é preciso também que a academia trate o problema do clima de forma mais multidisciplinar. "Nosso processo de ensino encaminha os alunos para um universo de certezas. Não geramos na academia alunos que trabalhem com dúvidas. A burocracia acadêmica dificulta a construção de um olhar científico multidisciplinar. No entanto, o tema da mudança climática é essencialmente multidisciplinar e, por isso, será preciso repensar a forma de se produzir conhecimento", disse.
Rei afirmou que, em sua avaliação, as principais vulnerabilidades na Região Metropolitana de São Paulo dizem respeito à questão da saúde - com novos vetores de epidemias e qualidade da saúde pública - e ocupações em áreas sensíveis, especialmente em torno de mananciais.
"Para combater a ameaça que essas vulnerabilidades representam com a possível ocorrência de eventos extremos, será preciso discutir as políticas públicas. Mas temos perdido a oportunidade de fazer isso porque o mercado e a sociedade estão ainda muito ausentes do debate. Essa não pode ser uma discussão exclusiva da academia e do poder público", declarou.
Referência: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=lidar-problema-clima-exige-mudanca-cultural&id=
Fabio de Castro





Creio que deve um tem levado de maneira seria a população, e deve se fazer campanhas para que todos saibam o risco que corremos com esse clima nestas condições.
ResponderExcluirNubia,
ResponderExcluirEu acredito que a palavra-chave é CONSCIENTIZAÇÃO, é isto que falta a todos nós para todas os problemas sociais, inclusive, este.
Antonia Edileuza.
Oi Nubia,
ResponderExcluirParabéns pelo Blog, adorarei a carinha dele..
Sem contar que o assunto nos interessa e muitoooooo... pois o clima de hoje jamais será o mesmo de amanhã e no futuro incontrolavel.
Beijos
Parabens pelo blog de vocês, está com um visual lindo e os assuntos abordados são muito interessantes.
ResponderExcluirSucesso!
A palavra-chave é Educação. Somente esse fator poderá ajudar todos os outros aspectos do Brasil.
ResponderExcluirNubia, minha Amiga,
ResponderExcluirÉ a minha última (felizmente!) intervenção. Gostaria que as minhas modestas opiniões pudessem contribuir de alguma forma para consolidar o que de muito válido as suas opiniões defenden, bem acolitadas pela Amizade dos que tentam ajudá-la. Vi os comentários anteriores, concordo com eles. Consciencialização da População, do Governo, mas, permita-me opinar, fundamentando-me na desconfiança que tenho em relação aos Líderes dos países mais poderosos, que depende muito deles, a viabilização desses esforços!
Pena tenho de não poder ajudá-la duma forma mais consubstanciada!