Estudo das Nações Unidas aponta o caminho para um combate mais eficaz a um dos principais desafios que o mundo enfrenta
Por: Filipe Caetano
É certo que devem ser debatidos os aspectos técnicos no combate às alterações climáticas, como a redução das emissões de carbono e a utilização de energias mais limpas. No entanto, existem meios humanos que podem fazer a diferença a longo prazo e esse caminho passa pelas mulheres e o controlo do crescimento da população mundial.
Esta mesma ideia serviu de mote para o relatório de 2009 promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), apresentado em todo o mundo quarta-feira dia 18.11.09 e que teve uma cerimonia oficial em Lisboa, com a presença da diretora do Fundo em Genebra, Alanna Armitage. O documento é denominado “Enfrentando um mundo em transição: mulheres, população e clima”.
“Reduzir o aumento da população ajudaria a aumentar a resiliência da sociedade às alterações climáticas e a reduzir as emissões de gases com efeito estufa no futuro”, afirma a organização do estudo, embora Armitage se concentre em aspectos fundamentais, como o papel da mulher:
“É importante incorporar as mulheres e o seu papel na discussão sobre as alterações climáticas. É que, dar-lhe mais direitos, como o controlo da reprodução, o número de filhos e o seu espaçamento, serão muito importantes para a resolução deste problema. Quando as mulheres têm acesso ao planeamento familiar a fecundidade diminui”.
O documento sustenta que se a população crescer até oito mil milhões de pessoas até 2050 (e não nove mil milhões, como projecta as Nações Unidas), seriam evitadas emissões de gases com efeito de estufa equivalentes a dois mil milhões de toneladas de dióxido de carbono. Por isso, o controlo da natalidade se torna tão importante.
Para Alanna Armitage, será uma vitória se este aspecto for discutido na próxima Cimeira de Copenhage, onde serão discutidas soluções para o aquecimento global. “As mulheres, em particular nos países mais pobres, serão afetadas de forma diferente do que os homens, porque estão sujeitas a uma carga de responsabilidade muito grande. Fazem tudo e não existe qualquer controlo”, frisou a responsável da FNUAP.
O relatório mostra também que as mulheres têm o poder de se mobilizar contra a mudança do clima, mas esse potencial só pode ser realizado mediante políticas que lhes dêem poder para tal. Aliás, nas próprias discussões tendo em vista a Cimeira de Copenhage, constata-se que “a participação das mulheres é baixa”, o que também deve mudar.
Cinco vetores essenciais
Para mudar este estado de coisas, o Fundo aconselha o cumprimento de cinco pontos fundamentais:
- Desenvolver um melhor entendimento da dinâmica da população, gênero e saúde reprodutiva para a mudança climática e discussões ambientais a todos os níveis;
- Apoiar abertamente os serviços de planeamento familiar e fornecer meios contraceptivos dentro dos direitos e enquadramento de saúde reprodutivas, assegurando que a falta de dinheiro não pode dificultar o acesso;
- Priorizar a investigação e recolha de dados para melhorar o entendimento da dinâmica da população e de gênero na mitigação e adaptação às mudanças climáticas;
- Melhorar a desagregação sexual dos dados relacionados com os fluxos migratórios que são influenciados pelos fatores ambientais e preparar o aumento dos movimentos de população resultantes da mudança climática;
- Integrar as considerações de gênero nos esforços globais para mitigar e adaptar as mudanças climáticas.
http://diario.iol.pt/ambiente/clima-unfpa-onu-mulheres-aquecimento-global-tvi24/1104132-4070.html
Parece que estamos fadadas a ficar com a responsabilidade do que acontece com o mundo!
ResponderExcluirOu será que podemos ser a solução de tudo o que acontece!
Parabéns pelo blog. Criativo, bonita apresentação visual e trata de notícias relevantes e atraentes! Irineu Barreto
ResponderExcluir...Claro que não, acho até ridículo essa teoria de que a mulher tenha essa tamanha responsabilidade nessa questão do aquecimento global,não estou aqui para defender ou acusar, mas até porque o crescimento populacional pode está atrelado ao aquecimento global exclusiva da mulher, muito pelo contrário pois, se o homem não quiser engravida a mulher não o fará, enquanto com a mulher não se dar o mesmo e por várias razões que acredito que tanto a mulher quanto o homem sabem muito bem. Tambem há o fator cultural, como se vê nos meios de popolação mais semples â incidência é muito maior pricipalmente com adolescentes e sabe-se que a menina não engravida por extrema voluntariadade mas sim por não ser provida da defeza devida. E outras tantas.....
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