Membrana semipermeável pode filtrar água do mar
Publicado
em 11/junho/2014
Técnica da USP em Ribeirão Preto
filtra água do mar de maneira simples e barata
Um filtro capaz de separar o sal da água do mar foi desenvolvido por
pesquisadores do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). O filtro é uma membrana semipermeável feita
de folhas poliméricas com poros minúsculos da ordem de Angstroms (10-10 metros),
medida compatível com o tamanho da molécula de água e gás carbônico, por isso
ele é classificado como um nanofiltro.
São esses minúsculos poros os responsáveis por reter o sal no processo
de filtragem. “Para fazer os poros, incluímos uma classe de moléculas conhecida
como ‘cavitandos’ na matriz do polímero. Esses cavitandos são estruturas com
uma cavidade central que permitem o trânsito de moléculas pequenas como a água
por seus lúmens. Na filtragem da água do mar, o sal fica retido nessas
estruturas”, explica o professor Gregóire Jean-François Demets, professor do
Departamento de Química da FFCLRP.
De acordo com o pesquisador, a membrana pode ser feita com três
tipos de polímeros: o Poliuretano (PU), Policloreto de Vinila (PVC) ou Fluoreto
de Polivinilideo (PVDF), plásticos com características mais flexíveis. A
filtragem da água do mar com a membrana semipermeável é simples e barata, pois
não requer uma troca de fase para remover a água, nem obriga o processo a ter
uma fonte de fluxo ou equipamento auxiliar como aquecedores, evaporadores ou
condensadores.
Além da dessalinização, o material tem outras aplicações, como separadores
para baterias, purificação de gases ou curativo para queimados. O professor
Demets ressalta que, apesar de não terem sido realizados testes para o cuidado
da pele queimada, sabe-se do potencial da membrana para esse uso. “Ela garante
a troca gasosa no processo de regeneração, impede a entrada de bactérias e
fungos e a perda de grandes quantidades de água, comum em pessoas com grandes
queimaduras”.
Membrana
semipermeável pode se feita de três diferentes polímeros
A membrana semipermeável também pode ser utilizada para a purificação do
gases, como o natural. Na extração em poços de alta pressão, o gás natural é
retirado junto com o gás carbônico e outras impurezas, a membrana semipermeável
é capaz de fazer essa filtragem. “Podemos separar o gás natural do gás
carbônico, por exemplo. Isso ocorre porque eles têm permeabilidades diferentes
pela membrana. É um jeito simples e com custo baixo de filtrar e enriquecer o
gás natural”, diz o pesquisador.
Algumas vantagens da membrana semipermeável apontadas por Demets são o
baixo custo para a sua fabricação, elas são laváveis e, portanto, recicláveis,
são resistentes a produtos químicos e possuem flexibilidade.
Patente
A tecnologia já teve o seu processo de patente realizado pela Agência USP de Inovação e está disponível para licenciamento ou parceria com a USP para desenvolvimento industrial e comercialização. A Agência USP de Inovação é o Núcleo de Inovação Tecnológica da USP responsável por gerir a política de inovação da universidade.
A tecnologia já teve o seu processo de patente realizado pela Agência USP de Inovação e está disponível para licenciamento ou parceria com a USP para desenvolvimento industrial e comercialização. A Agência USP de Inovação é o Núcleo de Inovação Tecnológica da USP responsável por gerir a política de inovação da universidade.
Dentre as atividades realizadas, estão a proteção da propriedade
intelectual, efetuando todos os procedimentos necessários para o registro de
patentes, marcas, direitos autorais e software; apoio aos docentes, alunos e
funcionários da USP na elaboração de convênios em parceria com empresas.
A Agência USP de Inovação também atua na transferência de tecnologias e
trabalha por meio das incubadoras de empresas, parques tecnológicos e de
treinamentos específicos a fim de promover o empreendedorismo, oferecendo
suporte técnico, gerencial e formação complementar ao empreendedor.
Foto1: Pedro Bolle / USP Imagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário